8 de jul. de 2011

O pior desastre humanitário do ano

O Alto Comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, liderou missão em Dollo Ado, sudeste da Etiópia, para onde vão em média 1,7 mil pessoas por dia. A maioria dos deslocados estão desnutridos em consequência de uma das maiores secas na Somália. A agência, no entanto, constatou condições limites na ajuda humanitária prestada e pediu reforço da comunidade internacional.

De acordo com Guterres, novos campos são urgentemente necessários. O terceiro acampamento inaugurado há poucas semanas na região, já está atingindo sua capacidade máxima de acolhida – 20 mil pessoas. “2011 tem sido um ano de muitas crises, mas acho que na Somália encontramos o pior desastre humanitário do ano”, disse Guterres aos jornalistas que o acompanhavam.

O grande número de chegadas está ultrapassando a capacidade de registro; os sistemas para satisfazer as necessidades alimentares e médicas estão prestes a entrar em colapso; a eletricidade para bombear água para os campos está em falta, já que os painéis solares não funcionam bem devido ao mau tempo e às tempestades de areia.

“Nosso coração fica partido ao escutar mães relatando que, após caminharem por dias em busca de um local seguro, perderam seus filhos ao longo do caminho, vendo-os morrerem e a ajuda médica chegando tarde demais”.

O país já estava em estado de falência por longas décadas de conflito, mas a seca levou a um aumento dramático do deslocamento. A produção de alimentos caiu e consequentemente os preços aumentaram. O número de refugiados chegando a Dollo Ado sobe a cada mês: cerca de 54 mil pessoas chegaram em 2011.

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